03 agosto 2006

surreal

Como todas as manhas ja veem a ser habito, sentada no N ou W train desde a Ditmarts station, lia o meu livro, ‘As Loucuras de Brooklyn”. Entretida com a vida da irma do Tom, uma das personagens do livro, nao me apercebi de grande parte do percurso. Esta linha de metro em Queens e’ feita pelo exterior. Viajamos a um nivel mais alto, ao longe ve-se o perfil da cidade, o sol bate nas costas. Antes de atraversarmos para Manhattan o metro afunda no tunel, um tunel estreito com apenas uma linha.
Foi neste momento que deixei de ler! As luzes hoje nao acenderam. De repente tudo estava escuro. Fechei cautelosamente o livro, agarrei bem na mala e senti um pouco de medo, uma certa inseguranca. As luzes que nos iluminavam eram apenas aquelas que pertencem a’ iluminacao do tunel, pontuais, ora cor de laranja ora azuis. Ao mesmo tempo que aquele ambiente escuro me afligia , aquelas luzes cintilantes que iluminavam pequenas partes dos corpos e do espaco fizeram-me lembrar uma dicoteca, fascinava-me. … uma discoteca sem musica, um silencio cauteloso de quem quer ver com o que ouve.
“Parece que fazemos parte de uma filme, isto podia ser uma excelente fotografia para um filme”… disse o Nuno.
A’ chegada na primeira estacao, ja do outro lado, acenderam-se as luzes, finalmente.Retomei entao a conversa entre Tom e o seu tio Nathan.

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