27 junho 2006

Ride @ your own RISK

Ha uns dias atras vi num programa de televisao uma reportagem sobre os “messengers”.
Em Nova Iorque os estafetas da cidade, ciclitas profissionais, sao um verdadeiro perigo na estrada. Era assim que pensava até ver este programa sobre esta profissao tao arriscada. Se é verdade que peoes como eu sentem que eles sao perigosos e agressivos na sua conduçao, tambem é verdade que essa conduçao agressiva é necessária para a sobrevivencia dos mesmos. O ritmo nas estradas é alucinante e imprevisto, por isso eles têm que enfrentar situaçoes de perigo a cada segundo que passa.
Agora, cada vez que vejo ou recebo um messeger, ou memo requesito um, percebo e respeito a sua actitude e o papel que eles representam no funcionamento da cidade.
O messenger é aquele que permite a comunicaçao rápida entre empresas, eles transportam negócios, contractos, projectos de várias ordens, até as nossa refeiçoes diárias… tudo isto para que a cidade possa mexer e crescer agora, já… nada fica para amanha porque podemos usar o serviço do “messenger”… aqueles loucos ciclitas!
Hoje de manha vi no jornal diario “AM New York” a notícia de primeira página sobre a morte de um ciclista. Desta vez nao era um “messenger”. Interessei-me pela notícia e trouxe o jornal para o atelier.
Ainda nao tinha aberto o jornal quando recebi um telefonema da minha irma, Raquel. Mal conseguia perceber o que ela dizia, chorava a soluçar sem conseguir se explicar. Pedi que se acalmasse porque nao percebia o que ela tentava dizer… “um amigo meu morreu”… “foi atropelado” … “estamos a ir todos para lá” … “estao a fazer uma homenagem aos ciclitas, ele estava a andar de bicicleta”.
O Derek, de 23 anos, foi um rapaz que conheci quando a Raquel começou o curso. Um rapaz simpático, popular entre colegas e amigos, alto e muito bonito. Estudou realizaçao de cinema na mesma escola que a Raquel e desde entao eram amigos. Conheci bem o Derek … prometia vir a ser um grande realizador. Ontém um objecto de uma obra mal sinalizada em Houston Street estava no seu caminho e para se desviar ele perdeu o controle da bicicleta e acabou por ser atropelado por um camiao.
Hexistem centenas, se nao milhares, de ciclistas nesta cidade. Felizmente sao poucos os que têm um fim triste como este. Mas infelizmente é preciso uma tragédia para a segurança aumentar visivelmente, a seguranéa nas obras, na conduçao na estrada, dos ciclitas que hoje respeitam a passadeira, do peao que é mais atento. Nao condeno mais os ciclitas, nem os automibilistas, nem os peoes nem mesmo os responsáveis pela segurança nas obras… condeno a falta de tolerancia característica das grandes metrópoles, a grande culpada de muitos fins tristes.

Aqui fica a minha homenagem ao Derek.

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