No nosso imaginário, os EUA e por associação Nova Iorque estão na vanguarda das tecnologias. Imagina-se que aqui tudo é mais avançado, estão presentes os últimos gritos da tecnologia no nosso dia-a-dia. Não é bem assim!
Não digo que em termos de pesquisa, experimentação, investigação não possa ser verdade. Sim, o Iphone saiu aqui primeiro, mas quanto tempo demorou a chegar a esse lado? Quase que não se nota a diferença.
No meu dia-a-dia de trabalho não se verifica a presença de uma tecnologia muito mais avançada do que aquela que temos em Portugal. Talvez noutras áreas, talvez noutras situações, e se calhar até me lembro agora de algumas.
Nestes últimos tempos a minha vida roda em função do bebé que aí vem. Como tal fomos visitar o hospital onde irá nascer o pequeno rebento. Nunca visitei uma maternidade em Portugal (pelo menos enquanto adulta) por isso será difícil estabelecer uma comparação justa, mas percebi que o sistema de segurança da maternidade onde irei dar à luz é algo de tecnologicamente muito bem resolvido. Tanto o bebé como os pais receberão bandas magnéticas que estão directamente associadas ao sistema de segurança de tal modo que se a criança sair do perímetro da área que foi estabelecida, neste caso um piso do hospital que exclui a área de elevadores e escadas de acesso, os alarmes irão soar, o hospital fecha as portas de saída e através da banda magnética é possível localizar o bebé em qualquer ponto do hospital. Acho que este sistema não é usado em Portugal. Os pais só podem levar a criança do hospital se as bandas magnéticas corresponderem à da respectiva criança! Como se vê, em termos de segurança o uso da tecnologia está bem presente. Mas é um sistema tecnológico acessível, nada de extraordinário.
O mesmo acontece com infantários. Iniciámos a nossa pesquisa, ontem visitámos um infantário onde os pais das crianças e educadoras têm um sistema de “scaner” digital das mãos à entrada da porta, somente quem está no sistema do infantário é que pode entrar.
Eles não brincam em serviço, e pelos vistos têm mesmo muito medo que roube as criancinhas…como futura mãe, acho muito bem!
Mas estas tecnologias estão presententes em casos específicos e locais privados. Não andamos aqui todos de “ship” no pescoço.
Voltando ao meu trabalho e por isso à minha realidade, eu uso o mesmo programa de desenho que usava, o mesmo tipo de impressora, os mesmos instrumentos de trabalho. Diria que, sem dúvida, a internet e o email são instrumentos de trabalho constantemente usados, os emails são mesmo documentos de trabalho essenciais e não há um único empregado que não tenha o seu endereço de e-mail na empresa…é essencial.
De resto, Nova Iorque é uma cidade velha, com infra-estruturas muito velhas, difíceis de recuperar, restaurar ou renovar. Uma cidade com um desgaste enorme, são 8 milhões de pessoas diariamente a usar e a gastar o centro da cidade, 25 milhões na área metropolitana.
O nosso metro metro é muito melhor, o nosso multibanco nem se fala, a nossa construção corrente tem mais qualidade … se as tecnologias e informatização se instalam aqui primeiro, quando chegam às nossas mãos são o último grito, daí que somos uns sortudos no nosso pequeno grande país.